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As danças do CTG vão muito além da coreografia. Elas são expressões vivas da alma gaúcha, carregadas de história, emoção e identidade. A cada sapateado, giro ou entrevero de pares, pulsa a memória de um povo que soube transformar suas tradições em arte coletiva.
Nos Centros de Tradições Gaúchas espalhados pelo Rio Grande do Sul — e além-fronteiras — dançar é um ato de pertencimento. É no salão do galpão que se encontram gerações, se constroem amizades e se mantém acesa a chama cultural sulista. Descobrir a beleza dessas danças é mergulhar em um universo onde cada passo conta uma história.
As danças praticadas nos CTGs têm raízes que se entrelaçam com a colonização da região sul do Brasil. Muitas vieram da Europa, trazidas por espanhóis, portugueses, italianos e alemães, e foram adaptadas ao jeito campeiro. Outras nasceram nos campos gaúchos, influenciadas pela vivência rural, pelos tropeiros, peões e prendas.
Hoje, essas danças são agrupadas em dois grandes conjuntos: as danças tradicionais, que seguem coreografias padronizadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), e as danças de salão, mais livres, mas igualmente ligadas à vivência cultural social nos bailes e fandangos.
As danças tradicionais são executadas em grupo, em pares, e obedecem a uma estrutura técnica e artística definida no manual cultural. Elas são a base das invernadas artísticas e compõem apresentações em rodeios, concursos e festivais.
Entre as mais conhecidas estão:
Cada dança cultural carrega um simbolismo próprio e representa um aspecto da vida no campo, das festas populares ou das interações sociais da época em que surgiu. E, embora tenham coreografias padronizadas, cada grupo imprime sua energia e personalidade ao executá-las.
As danças de salão têm um charme à parte. É nelas que o gaúcho e a prenda se encontram no centro do salão, ao som de vaneiras, milongas, chamamés e xotes. A condução do peão e a elegância da prenda são os protagonistas, e os passos — embora livres — seguem um compasso cultural tradicional.
Essa liberdade torna os bailes momentos únicos, onde cada casal dança conforme seu entrosamento, criando uma coreografia que só existe naquele instante. É o momento da troca de olhares, do sorriso discreto, do flerte respeitoso, típico da cultura do galpão.
Mais do que técnica, as danças de salão exigem sensibilidade e respeito ao outro, e por isso são tão valorizadas nos CTGs e encontros culturais.
Aprender a dançar em um CTG vai muito além dos passos. É uma formação cultural e ética, onde se aprende sobre disciplina, respeito, trabalho em equipe e valorização das raízes. Crianças, jovens e adultos participam juntos, e a convivência entre gerações reforça os laços de comunidade.
Os instrutores, muitas vezes voluntários, passam adiante não apenas o conhecimento técnico, mas também os valores que moldam o espírito tradicionalista: simplicidade, coragem, humildade e orgulho da terra.
Apesar de ancoradas na tradição, as danças dos CTGs não estão presas ao passado. A cada novo ciclo, invernadas se reinventam, jovens assumem papéis de liderança cultural e novas coreografias são montadas para preservar o espírito das danças e ao mesmo tempo dialogar com a modernidade.
Hoje, muitas danças são registradas em vídeo, transmitidas online e levadas a palcos nacionais e internacionais. Mas a essência permanece: o chão batido do salão, a música ao vivo e a cumplicidade entre os pares.
Descobrir as danças do CTG é se permitir ser tocado por uma cultura que pulsa em cada movimento. Não importa se é um concurso técnico ou um baile simples no interior — o que importa é que ali se dança com o corpo e com a alma. E isso, quem experimenta, jamais esquece.
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